[Gregory Cap 01]Um voo conturbado.

Distante da cidade de Fukuya, em alguma parte do Oriente Médio, Gregory foi levado pela igreja até o aeroporto, onde eles mesmo providenciaram sua passagem para o japão. Graças a sua família, ele poderia ter ido sozinho, mas as informações que eles haviam lhe dado o ajudariam mais que qualquer livro que pudesse arranjar em sua biblioteca. Com ele, duas malas pequenas. Uma simples contendo suas mudas de roupas e produtos para higiene, a outra, além de itens mágicos usados em suas operações, uma pequena caixa fechada, sua relíquia para invocação do servo.


Quando entrou pelo acesso do avião, sentou-se em sua poltrona na classe econômica e colocou suas malas na parte de cima. Apesar de preferir coisas simples, sempre comprava as duas cadeiras perto da janela, assim, poderia desfrutar do silencio que a solidão poderia lhe proporcionar. Uma musica de fundo baixa tocava enquanto o avião não partia, um Jazz, pelo que conhecia, e até tornava destonante com a batalha que vinha pela frente, apesar de servir para relaxar. Você ajeitou a poltrona, preparou o seu cobertor e apoio de cabeça, pronto para tomar um elixir do sono e só acordar daqui a 8 longas horas de viagem.

Porém, antes que pudesse fazer isso, alguém sentou ao seu lado. Você já ia avisar que o lugar estava reservado, mas ficou fora de eixo a averiguar sua beleza. Uma mulher bela de pele clara, olhos carmesim e labios palidos. Seu corpo era delicado, belo, você nunca tinha visto ninguém como ela em sua vida, mas algo lhe chamava a atenção. Seu cabelo branco.
Ela sorriu pára ti e esticou o braço para lhe cumprimentar, e então, um frio percorreu sua espinha. Um selo de comando avermelhado percorria parte do seu braço até entrar na sua roupa, obviamente, agora você lembrava das historias da Guerra Santa.

Homunculus.

Uma das criações dos Einzbern, seres criados do zero com magia, feitos para serem perfeitos, porém, a vida media de um individuo desses beirava aos 5 anos de vida ou até menos. Mesmo os corpos sendo resistentes e a magia percorrendo suas veias serem incríveis, é uma loucura sem precedentes colocar um ser destes em uma guerra, imagine se eles ganharem, qual seria o pedido?

A primeira ação que passou por sua mente foi destruí-la assim que tocasse seu corpo com sua Técnica de Manipulação Celular, porém, já que seu corpo era praticamente todo feito de círculos mágicos, o que poderia acontecer? Nada? Talvez uma explosão? O que aconteceria com o avião? O melhor seria esperar para ver o que ela tinha a fazer, afinal, estavam fora da área da guerra e, se ela quisesse destruí-lo, já poderia ter feito.

- Muito prazer, Gregory, não é?

Gregory ainda estava com a cabeça atribulada, os últimos dias tinham sido intensos desde que descobriu que iria de fato participar da Guerra pelo Graal. Claro, aquilo já estava em sua mente quando ouviu os rumores sobre o artefato mágico que concederia qualquer desejo ao portado, mas tudo aquilo parecia uma hipótese platônica e agora ele estava em um avião a caminho do Japão, agora ele tinha um oponente real na sua frente, tudo tinha acontecido tão rápido.

Apesar do susto inicial, ele manteve sua postura como sempre fazia em situações complicadas, seu pai sempre lhe dizia que a forma como se porta influencia diretamente na maneira como as outras pessoas lhe tratam e isso pode ter salvo sua vida algumas vezes. Milhares de opções passavam por sua cabeça naquele momento, mas aquilo não parecia um ataque, o local não era adequado para isso, era loucura atacar outro mago em um tubo de metal pressurizado com mais de 100 pessas, porém se ela já tivesse um servo tudo seria diferente. Não havia o que ser feito, então ele colocou um meio sorriso irônico na cara e respondeu ao cumprimento estendendo sua mão e olhando diretamente nos olhos do Homunculus.

-Sim Gregory Hasteld, ou pode me chamar de Doutor Hasteld como preferir. E a que devo sua ilustre visita? Aliás como é seu nome? Não lembro de te conhecer e, vai por mim, eu nunca esqueceria estes olhos se os tivesse visto antes.

Gregory mantinha uma postura relaxada, porém estava pronto para qualquer medida de proteção que julgasse necessária.

Por um pequeno momento, ela ficou atônita com o comentário sobre seus olhos, corando levemente o rosto. Aparentemente, não estava costumada a esse tipo de comentário.
- Me desculpe, mas estes olhos são tão comuns de onde venho que as vezes até esqueço deles. - Ela sorriu, ajeitando-se na cadeira ao seu lado, puxando a bandeja que trazia a tela do DVD e tocando o dedo na tela. De inicio, nada aconteceu, mas logo a magia passou por entre a tela e ativou um curto vídeo mostrando os arredores de uma mansão de aspecto medieval em meio a uma floresta densa.


- Este é nosso quartel general, fazemos questão de que todos saibam onde estamos e onde encontrar o oitavo servo desta guerra, mas não é exatamente por isso que eu vim aqui.- Ela havia esquecido completamente da parte do nome, e quando percebeu isso, voltou atrás. - Desculpe de novo, eu falei que não nasci para isso, mas Milord sempre consegue o que quer. Meu nome é Eliase von Einzbern, eu sou meio que... - Ela fez uma pausa. - Uma das filhas de Milord, pode se dizer que é essa nossa relação parental.

Se aquela garota era uma assassina ela realmente conseguia esconder bem, mas ele nunca tinha conhecido um homúnculo como aquele, todos os outros que ele havia estudado eram quase como robôs em corpos humanos, agora ele sabia o porquê dos Einzbern serem tão famosos.

"Então os Einzbern puderam trazer de volta seu servo, o oitavo servo parece ser extremamente poderoso e para eles o anunciarem assim abertamente é prova de que o acham invencível, isso é um problema" Pensou Gregory.

- Muito prazer senhorita Einzbern. Mas me dar este recado não justifica você ter vindo tão longe, você faria a gentileza de me dizer a real intenção por trás deste encontro?

-- Apesar de termos certeza de que nosso servo pode derrotar qualquer outro, não somos burros. Afinal, essa guerra sempre tem a capacidade de nos surpreender. Então, gostaríamos de fazer uma parceria. Você é o único mestre dos 4 que já sabemos que foi escolhido que tem capacidade de se afiliar a nós. Se assim fizer, teremos uma luta justa no final entre teu servo e o nosso, sem empecilhos e sem truques. - Ela falava, mas, era como se aquilo tivesse sido decorado, palavras de outra pessoa. - Claramente, não parece ser tão vantajoso, um mano-a-mano contra o servo mais forte, porém, além de poder conhece-lo e lutar ao lado dele, poderá ter a certeza de que chegará ao final da guerra do cálice, ninguém vencerá o time mais forte.

O piloto da aeronave falava nos auto-falantes sobre uma possível turbulência. Eliase colocou os cintos, porém, você mal pode prestar atenção na voz dele enquanto encarava a moça. Não sabia se aquilo era uma chance de vencer ou uma armadilha, uma proposta sincera com o reconhecimento de sua família ou uma proposta esnobe, deixando o mais fraco para o final. Tudo o que sabia era que ela estava ali, tentando você.

Gregory sentiu-se mais surpreso do que se ela tivesse puxado uma adaga para matá-lo, parcerias eram comuns em guerras isso era óbvio, mas ele não esperava ser abordado assim tão cedo, muito menos pela família Einzbern que sempre se mostrou tão reclusa.

Aquilo era uma faca de dois gumes, ninguém faz uma proposta assim sem ter certeza que sairá ganhando, mas ele poderia se aproveitar disso também.
Só que uma pergunta ficava martelando em sua cabeça, porque ele? Sua família era influente mas não se lembrava de nenhum negócio específico com os Einzbern, e ele ainda sequer tinha invocado um servo, o ideal seria primeiro observar os jogadores e depois escolher aquele que mais se adeque como parceiro. Aquela atitude era suspeita.

-É uma proposta grande demais para ser respondida de maneira trivial, preciso de mais detalhes e de tempo para avaliar a situação e desculpe por parecer incrédulo, mas nada me garante que você fale pelos Einzbern.

Ela mostrava mais de perto o selo de comando em suas mãos. Você sentia, pela energia que ele emanava, que era real. Além disso, se houvesse outra pessoa com a capacidade de criar homunculus de uma forma tão perfeita, você já teria ouvido falar dele.

- De qualquer forma, nos precisamos fazer isso antes de você invocar um servo, após você invocar, já será tarde mais, talvez ele não tenha uma sinergia tão boa com o nosso e isso complicaria os planos. De qualquer forma. - Ela levou a mão para dentro de seu casaco, você não se alarmou, afinal, ela também não tentaria te matar após fazer a proposta. - Eu posso lhe dar isso adiantadamente. - Do bolso da blusa retirou uma carta lacrada com o selo da família dos Einzbern. - É uma carta de desafio, isso é dado para todos os mestres. Daqui a cinco dias tem a hora e um local onde nosso servo estará. Se quiserem, todos podem se juntar para tentar ir contra ele, mas acho meio difícil de conseguirem mesmo assim. Como eu disse, sabemos que podemos vencer qualquer outro servo, mas os planos de Milord são um mistério até para mim.

Gregory pega a carta e sem a abrir coloca ela no bolso interno de seu blazer. Pensativo ele olha pela janela do avião e observa a escuridão por alguns instantes.

- O que vocês desejam com o graal? Se não puder responder por sua família me fale o que você faria se estivesse em posse dele?

A turbulência passou. Ela soltou o cinto e se preparava para levantar.
- Eu, infelizmente, não posso responder por mim mesma. Querendo ou não, ainda sirvo Milord, e ele quer reviver o verdadeiro milagre, renovando a energia da família e do mundo, voltando ele a época de ouro da magia. Se isso é bom ou ruim, pelo menos, será divertido.

- Que seja, me leve até seu senhor. Mas vou deixar claro, qualquer atitude que eu considere suspeita, qualquer movimento hostil e isso acaba-

Gregory pede um whisky para a aeromoça

- Qual o problema com os outros Mestres?-

Ela saiu dali e lhe deixou sozinho. A aeromoça, infelizmente, disse que na classe econômica, apenas tinha água e soda. Infelizmente, mesmo você tentando relaxar, não parava de pensar que, na classe executiva, estava provavelmente a sua inimiga, ou talvez futura companheira.

Chegando ao aeroporto a garota dos Einzbern lhe aguardava ao lado de um carro negro, próximo a saída do aeroporto. Um de seus guarda costas de preto, provavelmente contratado pela família, abriu a porta do carro enquanto ela o chamava para perto. Quando os dois entraram no carro, vocês partiram.

- Creio que você esteja intrigado do por que Milord te querer, não é mesmo? Eu sei pouco, mas posso lhe adiantar se quiser. - O carro partia pela via principal, mas logo tomou caminho em uma parte mais rural da cidade, cada vez mais se adentrando na floresta.

Ele observava a janela por todo o percurso, apesar de ter conhecido boa parte do mundo era a primeira vez que estava no Japão.

- Sim, tenho certeza que não foi por minha beleza que fui escolhido. Por que os outros Mestres não eram aptos ?

Pouco a pouco o dia terminava, transformando aquele local em uma floresta alaranjada sobre a luz do entardecer. Agora já distante da cidade, o castelo surgia em meio as arvores de forma imponente, contrastado com a imagem que haviam lhe mostrado antes, o castelo sem vida afundado na neve se tornava majestoso, vivo.

-- Não é como se você fosse o único mestre, o grande problema é que você é o mais adequado, não apenas por sua força, mas pelo tipo da sua magia.

Você havia percebido coisas peculiares enquanto ia até o castelo. Apesar dela ter selos de comando, em nenhum momento ela tocou no assunto de seu lacaio, sequer você pode sentir sua energia. Mas quando se aproximou do castelo, uma energia abrasadora surgia daquelas paredes de mármore. Era quase como a presença de um deus, benevolente em sua beleza e quentura, mas impiedoso da mesma forma.

-- E então, qual a sua relíquia? - Ela parecia estar interessada no objeto, mas não por causa de sua missão como membro da família.

A força emanada pelo oitavo servo atingiu Gregory como um soco no estomago, ele nunca imaginou que seria algo tão poderoso. Agora ele entendia o porquê dos Eiznberns estarem tão confiantes a ponto de fazer um desafio aberto a todos os Mestres. Talvez tenha sido a decisão certa se aliar por enquanto.

- É uma coisinha que me deu um trabalho infernal para conseguir-

Ele puxa a caixa contendo o artefato e o coloca em seu colo mas sem abri-lo. A caixa parecia mais um estojo, tinha cerca de 30 cm de cumprimento e uns 10 de largura, era preta com detalhes dourados. Gregory havia colocado um selo explosivo em sua abertura, qualquer um que tentasse forçar sua abertura iria ter uma surpresinha, não era forte o suficiente para matar, mas com certeza iria fazer a relíquia ficar em pedaços.

- Uma lâmina que foi reforjada incontáveis vezes, dizem que seu metal caiu do céus e tem propriedades mágicas incríveis e únicas, portanto passou pelas mãos de diversos heróis ao longo de toda a história, sempre que um caia outro a tomava como sua e a moldava a seu próprio gosto. Ela tem passado de mãos em mãos desde a antiguidade.

Ele faz uma pausa lembrando da forma como a adquiriu, depois de semanas rastreando o item ele se deparou com um mercador em Jerusalém que, na promessa de vender aquilo que ele queria, o levou até uma armadilha para mata-lo e roubá-lo. O pobre homem e seus capangas não sabiam que estavam lidando com um mago e descobriram da pior forma possível.

-A última vez que ela tinha sido vista foi durante as cruzadas com os templários, para falar a verdade eu não sei qual servo esperar dela, mas tenho certeza que ela tem poder o suficiente para trazer alguém de alto nível.

Ela prestou atenção a toda sua fala, balançando a cabeça positivamente enquanto acontecia suas pausas. Quando você terminou de explicar, o carro parou em frente ao castelo. O motorista desceu e apressadamente deu a volta no carro, abrindo a porta para a senhorita descer.

- Infelizmente, senhor Gregory, não estamos interessados na classe saber, se é que você me entende. - Ela colocou a mão acima da sua, um tanto quanto fria em comparação com seu outro encontro com ela. - Pode guarda-la de volta, se quiser, deixe no carro, creio que será rápido. Estamos interessados em um servo especifico com uma habilidade especifica para essa guerra.


Após a conversa, Eliase saiu do carro, lhe deixando sozinho la dentro, mais confuso de quando entrou nele.

"Eu nunca disse que era um Saber"

Mas sem esperar uma resposta Eliase saiu, apesar do ela disse ele mantém a relíquia junto a si e sem ter muita opção Gregory sai do carro.

Após passar pelas portas duplas do castelo o grande hall de entrada lhe deslumbrava com seu tamanho. O castelo era tão grande e bem iluminado por dentro como era por fora, mostrando que a família estava viva mesmo após 100 anos da ultima guerra do cálice. O piso branco brilhava intensamente, refletindo aqueles cujo andavam por ele. No teto de no minimo 5 metros de altura havia pinturas sobre uma grande guerra, talvez a primeira guerra do cálice, que acabou em quase a extinção das três famílias, porém, os desenhos mostravam os Einzbern como heróis, vencendo batalhas sofridas contra seres malignos e conquistando o Graal, mas sendo apunhalados pelas costas assim que fossem realizar o pedido. Pelo menos, era o que você entendia dos desenhos.

Mais a frente, uma porta menor já aberta dava de frente para um grande salão avermelhada, provavelmente o local de festas da família, mas que agora abrigava uma especie de trono com um senhor de semblante cansado sentado, preso a alguns tubos com líquidos dourados ligados a maquinas. Estava longe para ver, mas você sentia que aquele homem, provavelmente, era o famoso Milord que a garota tanto falava. Enquanto andavam, Eliase colocava luvas negras, e aparentemente, o local ficava mesmo mais frio a cada passo que dava. Ao se aproximar, teve uma surpresa. Assim como Eliase, Milord tinha um selo de comando em sua mão direita, apoiada pesadamente no seu trono. Mas diferente da forma simples que o dela tinha, o dele percorria toda a extensão de seu braço, fazendo varias tranças até chegar no pescoço. Algo lhe dizia, de alguma forma, que aquele selo não era comum.

- Seja bem vindo. - Disse ele em voz rouca, porém, ativa, como se duas vocês falassem ao mesmo tempo, uma em seu ouvido, fraca, e outra em sua alma, bem mais forte, como se arranhassem as paredes de mármore. - Você deve ser Gregory Halsted. Você parece mais velho do que eu imaginava.

Conforme adentrava pelos corredores do castelo Gregory sentia que voltava ao passado, cada passo que dava era em direção a uma outra era, uma era onde heróis e deuses habitavam o mundo, uma era onde magos tinham poderes inimagináveis e eram absolutos. Aquele lugar deixava muito claro o objetivo dos Eiznberns, eles buscavam a glória de outrora, eles viam a si mesmo como seres superiores e injustiçados, eles queriam poder.

O ser conhecido como "Milord" não era nada parecido com o esperado, mas assim que o mago o fitou ele passou a entender melhor do que se tratava. Gregory sentiu um grande desconforto ao ver como aquela guerra seria conduzida e manipulada, mas ele teria que cuidar disso quando a hora chegasse.

- O mesmo posso dizer sobre você e algo me diz que você é bem mais velho do que demonstra.

Seu rosto era imóvel, mas algo como um sorriso passou por seu semblante, fosse até pode ouvir a risada em sua mente. Milord então moveu o braço e uma de suas criadas surgiu na sala, trazendo uma ânfora de vinho para ele, e nesse momento, você pode ver a diferença que ele tinha entre os humanos normais. Milord era gigantesco, podendo pegar com apenas uma mão a ânfora que sua serva trouxe com dificuldade, usando aquela jarra como copo. Não dava para saber sua altura com ele sentado, porém, ele teria fácil 2,50 metros.

- Sim, eu sou um pouco mais velho do que qualquer um deveria ser, mas tudo isso é culpa do cálice, enquanto pensava o que fazer com aquele que trapaceou, me impediu de morrer. Enfim, vamos direto ao que viemos fazer aqui, você é um medico, não?

Aquilo estava ficando cada vez mais estranho.

-Na teoria sim, só que um pouco mais que um simples médico eu diria, como meu pai sempre enchia a boca para falar, pode me considerar um Healer. Mas eu não estou aqui para uma consulta não é mesmo?

- Na verdade, como pode ver, está sim. - Ele se levantou pesadamente, com a cabeça ficando próxima da escadaria do segundo andar, porém, por suas vezes brancas, era possível ver os ossos na pele, fracos, sendo sustentados provavelmente por aquela máquina. Algo irônico, por assim dizer, o servo mais forte tem o mestre mais fraco. - Mesmo não podendo morrer durante todos esses anos, meu corpo não aguenta sustentar o servo. Acho que entende o que quero de ti. Sei que sua família tem uma boa relíquia envolta de médicos, invoque um poderoso e cure meu corpo. - Ele apontava para a caixa que trouxe em mãos. - Jesus, Hipócrates, Galeno, qualquer um já serve, acho que eles poderão fazer algo melhor do que qualquer ser desta era.

"Então era esse o motivo, isso é no mínimo irônico"

-Entendo, mas acho que você ficará decepcionado com minha relíquia, eu posso curar, não faria sentido nenhum eu ir atrás de um servo com tais habilidades, isso só me limitaria nessa batalha. Mas se você me permitir te examinar posso te dar um panorama de sua situação.

-- Eu já tentei nos maiores médicos do mundo, pessoas da sua família antes de você nascer já vieram até aqui e nenhum deles desfez o que o graal fez, quem dera, melhorar minha situação de forma ínfima. - Sua fala era de rancor e amargura ao mesmo tempo, mesmo assim, sentia uma certa graça ao falar sobre isso, como se sentisse bem ao ser amaldiçoado pelo graal, afinal, ele venceu a batalha, mesmo que com uma forma incomum. - Infelizmente, já que sua relíquia não serve, você me deu uma infeliz ideia.

-Nenhum deles sou eu!

Disse Gregory com uma certa arrogância na fala.

- Mas você está certo, curar uma maldição imposta pelo próprio Graal está além de qualquer mago nos tempos atuais, talvez até nos tempos passado. Porém chega de joguinhos, eu prefiro uma abordagem mais direta e isso já se prolongou demais, você me chamou até sua casa e tenho certeza que já tem tudo planejado há décadas, me conte o que tem em mente e eu te digo se essa parceria vai acontecer ou não.

-- Parceria? - Disse, de uma forma surpresa. - Não quero uma parceria com você, você seria inútil perto do servo mais forte de todos. Eu só precisava de sua relíquia para invocar um bom médico, mas já que sua relíquia não serve para isso, utilizarei outros métodos. - Ele vez um movimento com as mãos e a porta atrás de você foi fechada por dois criados, iguais a moça que trouxe a bebida dele, tão brancas quanto Eliase, mas com roupas de empregada. - você agora será o catalisador do segundo servo dos Einzbern.